terça-feira, 19 de junho de 2012

O Santo e a Porca - Ariano Suassuna


Bom, novamente estou aqui com um livro lido. Mas eu queria contar uma historinha pra vocês, antes. Eu peguei o Madame Bovary, do Flaubert, pra ler.  O Eça de Queiroz (que é homem) "imitou" o livro do Flaubert e escreveu O Primo Basílio. Aí, eu, que não li O Primo Basílio, tava pensando, " por que diabos alguém perderia tempo imitando o livro de alguém?" A resposta tava no Floripa Letrada, ontem. Era o livro "O Santo e a Porca" de Ariano Suassuna. O livro, segundo o autor, é uma "imitação nordestina de Plauto". E eu conheço a comédia imitada. É a Aulularia ("comédia da marmita" em Portugal. Literalmente, significa "pela panelinha"), uma história dum velho rico que tem uma panela cheia de ouro e fica esganando e achando que todo o mundo vai roubar ela dele e a filha dele tá grávida solteira.

Bom, a história é basicamente a mesma, só que a guria não tá grávida, só tá armando pra casar com o cara que ele gosta.

Só que o livro é diferente. Tem o mesmo tom e tudo, mas é diferente. Não sei explicar. Mas é tão legal que eu li em dois dias, mesmo com tudo que eu tenho de fazer =D

Leiam os dois, viu?

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Salão de Beleza


Leia a parte anterior aqui
Bene, e aí noi fomo pro tal salon, io fui dirizindo e fiquei oiando o Des tremendo de medo ché a Jessie matasse ele.

Des - É aqui, entraqui, entra.

Io nem parei o caro direito e ele saltou fora pra olhar as mano da zia dele, ver se ela non tava com o anel. E non tava.

-Tia, essasão a Eli e a Jessie, queu falei prasenhora.

E a tal da zia parlava ainda piú presto. Io cumprimentei ela (non entendi a resposta, ma assei melhor non insistir) e saí dali.

Dech - Viu, Fabio? Alguma periguete deve ter levado ele.

Fabio - Non sei non.

Dech - Todo mundo na Itália é certinho?

Fabio - Se tu queria te matar, era só mi avisar.

Dech (fica quieto e aí olha pra porta do salão) - Tá vendo aquela gostosa ali?

Fabio (olha) - A lora de biquíni?

Dech - Ela tá de short.

Fabio - 0o

Dech - Quer ver como eu pego ela?

Fabio - Non, non quero. Vita tua, problema tuo, moglie tua.

Dech - Não quer nem saber o nome dela?

Fabio ¬¬""" Tá bene, vou oia tu pegando a lora-de-short-ché-parece-biquíni.

E io assei que ele non ia querer mia "azuda" ma ele foi com me até a tal da lora.

Dech - E aí, Patty, passeando?

Patty - Ai, nem vem, Dech, queu tô comprometida (mascando chiclete com a boca aberta). Olha só o anel que o MEU amor me deu.

E io dou uno cioccolato pra chi advinhar QUAL era o benedito anel.

Fabio - Uno belíssimo anel, signorina.

Dech (de boca aberta)

Patty - hihi

Aí io peguei a mano dela pra bezar pra ter certeza de ché era o benedito anel memo. E era.

Dech - FABIO, OQUEAGENTEFAZAGORA????? EUVOMORREELAVAIMEMATAREUVOUMORRER

Patty - O.o

Fabio - Calma, Des. Io giá pensei em qualcosa.

Dech - Vai roubar o aneli dela? Tu éch tão inteligente!!

Patty - Roubar... Meu anel...?

PORCA MISÉRIA.

Fabio - Non, signorina, ele quis dizer... erm, erm, erm, bene, erm....

Aí ella entrou corendo no salon, com medo que io robasse o anel dela.

Patty - Tem um ladrão bonitão lá fora (arfando)

Zia - Sefosseumestupradortunãoligava, né?

Eli - Ladrão?

Jessie - O Fabio e o Dech tão lá fora.

Eli - Fabio, visse algum ladrão por aí?

Fabio (entrando no salão) - Non, a moça entendeu mal.

Patty - O DECH MESMO FALOU QUE TU QUERIA ROUBAR MEU ANEL MARAVILHOSO QUE O MEU AMOR ME DEU!

Fabio - Non, moça, foi uno malentendido.

Zia - Ah, oanelquelaviviaexibindo.

Jessie - Meu noivo também me deu um anel, posso ver o teu?

Eli - Fica tranquila que o Fabio nunca iria fazer um negócio desses. 

Dech - FUDEUFUDEUFU... (Fabio tapa a boca dele)

Fabio - Sí tu fechar a boca, noi resolve questo.

Jessie - MAS ESSE ANEL É O MEU ANEL!!!!

Patty - Não, esse anel foi o meu amor que me deu!

Jessie - MENTIROSA!! Aqui tá escrito "Nílson e Jessie"! A LADRA AQUI É TU!

Eli - Olha o sujo falando do mal lavado.

Fabio - Non, vomo se acalmar. O Dech tinha assado o anel da Jessie, e colocou no borso pra devolver pra ela. Ma ele perdeu o anel e a Patty deve ter assado.

Patty (abriu a boca pra dizer alguma coisa, mas viu que era pior e calou a boca).

Jessie (pega o anel)

Eli - Puxa, obrigada por achar o anel (olha pro Fabio e quase diz "eu sei que tem alguma coisa podre no reino da Dinamarca"). Como a gente pode agradecer?

Patty - Não precisa (e sai correndo. Todas no salão tavam rindo dela.)

Manicure - Bem-feito pra ela! Vivia aqui "ui, meu anel, morram de inveja".

Fabio (puxa o Dech prum canto) E ora sega de azudar o Nílso, ouviu?

Dech - Mach... mach...

Fabio - O io te dou unas porada!


Como io tegno unas duas vez a altura dele, asso ché ele vai desistir.




domingo, 3 de junho de 2012

Come on, death


 Bom, povinho, aqui é a Elizia (quem sentiu saudades de mim levanta a mão _o__o__o__o__o__o__o__o__o__o__o_o/ Tá, mãe, eu já sei). Bom, eu não sou fã de Nirvana, nem gosto, na verdade. Mas, quando eu li a epígrafe, na biografia do Dave, fiquei cheia de pensamentos maléficos e me decidi a escrever essa fic.  Mas é claro, eu não sabia nada de nada de Nirvana, então a minha amiga fofíssima Jéssica e a minha filhota Milly me ajudaram (a Jéss me ajudou mais, na verdade). Eu queria dedicar essa fic a todos os fãs de Nirvana que são meus amigos (e são fãs de verdade, não os que ouvem Smells Like Teen Spirit e compram a camiseta e saem dizendo que amam Nirvana) e principalmente as duas lindas que me ajudaram. 

Além disso, eu queria oferecer a todas as fãs de yaoi e de garotos-lindos-de-cabelos-compridos.
E, agora, aos avisos: primeiro, essa fic é yaoi lime. Traduzindo: vai ter insinuação de sexo entre dois homens, mais especificamente, Dave Grohl e Kurt Cobain. Nessa ordem. Se você for menor, não gostar de yaoi, de lime, de Nirvana, ou pior, ter horror a insinuações de que o Kurt é gay, por favor, feche essa página e vá fazer outra coisa. 

Segundo: eu não acho o Grohl um baterista medíocre, como diz na fic. Eu não entendo nada de bateria pra afirmar um negócio desses, e conheço Nirvana menos ainda. Quem se acha medíocre é ele, eu andei lendo umas coisas na internet em que ele dizia que o Kurt achava ele ruim. 

Terceiro: tudo, absolutamente tudo, que tá escrito aqui é ficção. Eu não inventei tudo, mas não tenho compromisso nenhum com a verdade. O que aconteceu entre os três é problema deles.
Por último: deixe review. Eu gosto, e pra ti não custa nada.

“Alguém telefonou pra mim e disse que Kurt havia morrido. Perdi o rumo.”
 Dave Grohl
Come on, death

Fechou os olhos, deixou cair a mão, o fone pendeu. Não acreditou no que ouvia, nem quis. O mundo girava ao redor, numa velocidade alucinante. Aquela voz desconhecida gemendo em sua cabeça. Mergulhou numa espécie de torpor, um sonho vazio e distante, como se visse a si mesmo em terceira pessoa. E fosse um honesto nada. 

Mordeu o lábio. Viu aqueles cabelos loiros caírem, ou melhor, escorrerem dos ombros magros. Abriu a boca, mas nada disse. Não conseguiu, nunca conseguia. O guitarrista, ajoelhado, riscava alguma coisa num papel. 

-Melhor mudar essa parte, está ridícula.

E não era agora que ia falar. Kurt não estava preocupado, não queria saber sua opinião. Melhor: queria que ele se danasse.

Ergueu a cabeça de novo, voltando a tocar, sem dizer nada. E pra quê dizer? Para ser entendido por um imbecil?  Dave mergulhou de volta na música. E na voz, ah, a voz...

Rape me, rape me my friend
Rape me, rape me again

Pensou em obedecer, por que não? Sentia o coração parar só de imaginá-lo tremendo de medo, um filete estreito de sangue no canto dos lábios, os olhos grandes assustados. Nas suas fantasias mais secretas, Kurt era um viciado em dor, desesperadamente viciado. 

Quando pensava nisso, tentava caprichar mais no que fazia, tocar como ninguém nunca tinha tocado antes, como um deus da bateria. Mas acabava parecendo ridículo, um verdadeiro palhaço com baquetas. E, ao olhar de censura do guitarrista, acabava se rendendo, seria para sempre um baterista medíocre e impotente.
Tentou se levantar da inércia, mas a cabeça ainda girava. Queria fazer alguma coisa, comprovar se era mesmo verdade, ou se não fora um grande patife que o queria enlouquecer com aquela ligação mentirosa e descobrir que o guitarrista estava vivo, afinal. Mas não conseguia, seus membros não obedeciam, estava colado ao sofá como nos domingos preguiçosos, mas, dessa vez, a preguiça não era boa.  Fez mais força, mas acabou vencido pela dor e pelo desânimo. 

Sentando-se na borda da cama, acendeu um cigarro. Pensou em dizer alguma coisa, talvez uma frase boba e romântica e leve, para quebrar o clima tenso que sempre se instalava entre eles quando faziam sexo ou para, talvez, até – que sonho - fazer Kurt sorrir, mas, vendo o olhar frio e distante dele, preferiu se calar. O vocalista estava deitado na cama, o rosto voltado para o teto, mas, provavelmente, não via nada, imerso que estava em si mesmo. Dave se lembrou que, por muito tempo, teve o fetiche de, depois de tudo, o cigarro aceso, o louro se aproximar dele, circundar-lhe a cintura com as pernas e apoiar a cabeça no seu ombro. No sonho, virava o rosto e olhava para ele, vendo-o (céus!) sorrir. Aproveitava a proximidade para beijá-lo, dessa vez sem a urgência do corpo, mas com carinho.

Tolice. Para Kurt, ele era só o corpo, um escravo com a obrigação de satisfazê-lo incondicionalmente.

Aquela vez ia ser diferente. Terminou o cigarro, jogou-o fora. Engatinhou pela cama até o colega, que, parece, nem o viu. Fez-lhe um carinho leve na coxa esquerda, por dentro. Aí, sim, foi notado. Recebeu um olhar indiferente, como se a coisa não se referisse ao corpo do Cobain, mas a qualquer outra coisa, do sol que fazia lá fora à última fofoca de uma celebridade aleatória. Algo como “pode fazer, eu não tenho nada com isso”. Um estupro sem reação. Desistiu. Embora sonhasse em estuprá-lo, nunca conseguiu ser rude com ele.

Vencido, adormeceu.

Kurt agarrou-o pelo braço, puxando-o com força:

- Dave, o Krist já foi, né?

-Acho que sim, respondeu, assustado.

-Então me beija.

E não pôde dizer nada. Teve os lábios capturados num beijo louco e a cintura, agarrada por duas pernas com força. Cobain estava sentado numa mesa. Entregou-se ao beijo, mesmo assim, abraçando-o, deslizando as mãos pelas costas dele.

- Kurt... Não é estranho fazermos isso aqui?

O guitarrista lambeu de leve o queixo do amante:

-Não é esse o lugar mais propício para dois músicos se divertirem?...  
Dave riu, enfiando os dedos dentro do cós das calças do companheiro.  

-Vem... sussurrou o louro, com luxúria.

O baterista obedeceu. Sim, meu amo e senhor, sim. Cobain gemia sem parar, repetindo vem, vem, vem, como um mantra, extasiado e submisso, só de camiseta, a boca molhada de suor.  

Grohl deu um pulo do sofá, sentindo algo se mexer dentro de si só com a lembrança das coxas brancas separadas e do guitarrista ansioso. Ansioso, ajoelhado, trêmulo, mas nunca submisso. Kurt parecia estar sendo servido por algum escravo bem treinado. E Dave nem poderia afirmar, com certeza, se estava sendo bem servido. Bom, o guitarrista nunca reclamara. 

-s-s-s—s-s-s-

Então, eu decidi. Decidi que vou sair desta casa, deste inferno de solidão, onde tudo que eu faço é me sentir sozinho e te amar sozinho. Se você não me quiser, e talvez não me queira, e nem posso obrigar que me queira, eu vou morar em algum lugar qualquer, junto com a minha filha. Não posso deixá-la sozinha com a louca da Courtney.

“É estranho que eu queira ir morar contigo? É um pequeno grande sonho que eu acalento há muito tempo. Isso tudo porque eu te amo. E eu quase morro quando você me segura, e me morde... Meu coração parece parar, de tanto que pula. Dói tanto pensar que eu sou, para você, só uma diversão, só um corpo que se oferece e se deixa tomar, não é?

“Mas metade de mim acredita piamente, como uma menininha apaixonada, que não é assim que você pensa. Que, quando você me toma, com toda aquela fome que eu sinto dentro de mim, você me ama secretamente, e não tem coragem de se declarar.”

Aborrecida, Courtney abandonou os papéis que lia para atender ao bebê que chorava. E esperou, pacientemente, até a criança sentir-se satisfeita de alimento, para retomar a leitura das folhas malditas.

“Eu sei, Dave, que não parece que é verdade o que eu estou te dizendo, porque eu nunca demonstrei nada mas é a mais pura verdade. Eu te amo desesperadamente, e, mais do que isso, fico louco só de cogitar a ideia de você enjoar de mim.

“E eu queria que você soubesse disso, e foi por isso mesmo que escrevi essa carta, porque falar é tão difícil e tão doloroso e eu tenho medo que você me interprete mal, mas talvez escrever seja pior, não é?”

E Love parou nessa parte, dando uma gargalhada cínica. É mesmo, Kurt, é pior mesmo. Conteve o impulso de fazer um carinho no cabelo dele.

-Você está lindo, meu querido...

Realmente, se não fosse o sangue que ainda escorria do ferimento na têmpora, podia-se dizer que Cobain simplesmente dormia. A mulher, ainda sorrindo, queimou a carta que acabara de ler, jogando as cinzas na privada.

-Eu sou uma menina má, Kurt. Aquele seu namoradinho vai achar pra sempre que você não gosta dele, e a culpa é minha.

Gargalhou de novo.

-E agora, querido, todo o mundo vai pensar que você se matou. Que maldade, né? Tadinhos de vocês.

Ajeitou o bebê no carrinho.

-Nós vamos passear, mas papai vai ficar em casa. Diga tchau para o papai... Vamos demorar a vê-lo de novo... No inferno.

A criança achou que o pai realmente dormia e balançou as mãozinhas em despedida.

-Tau, papai.

Courtney saiu, rindo, vingada finalmente da traição.

-c-c-c-c-c-

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