quarta-feira, 27 de abril de 2011

Música no ônibus

Bem, vocês sabem que eu sou completamente contra e odeio, inclusive, os babacas que ouvem música alta no ônibus, porque afinal, ninguém gosta da mesma música que o cara, ainda mais às seis da madrugada.


No ônibus que eu sempre pego, tem uma cobradora chata pra caramba, que fala o tempo todo e, ainda por cima, liga música alta - Roberto Carlos e similares. Preciso dizer que odeio essa mulher?

Hoje, não era ela - hinos de aleluia - mas sentou do meu lado um cara que tava no fone de ouvido, mas que dava pra ouvir NITIDAMENTE o que ele tava escutando (esses são o pior tipo, principalmente porque tu não pode meter a boca). Quero dizer, nitidamente não, porque eu tenho apenas a suspeita de que era Twisted Mind (Avantasia). Até porque eu comecei a cantar essa música, e olha que eu NÃO sei a letra!

O fato é que não deu pra dormir.

Depois, eu ouvi - e desta vez ouvi mesmo, claramente - raging voices in my mind... PUTAQUEPARIU!

Até pensei em fazer um comentário com o cara, mas ele tava dormindo e eu sou superior a ele, não acordo pobres universitários cansados com minhas futilidades.

Ouça as duas músicas aqui: http://www.youtube.com/watch?v=J-TUufvK0gU

http://www.youtube.com/watch?v=G_QpA-11feI


quarta-feira, 20 de abril de 2011

Confissão

A verdade é que, depois de tantos anos sem postar (realmente, minha imaginação me abandonou, e nem foi (só) porque o Fabio saiu pra turnê (afinal, quem disse que a minha imaginação depende dele?)

A verdade é que talvez dependa, porque ele voltou hoje.

Eu ia botar a culpa nos comentários, que diabos aconteceu para os filhos da puta não aparecerem? Morreu todo o mundo? (Sacanagem não me chamarem pro enterro, ainda mais se tinha salgadinho =[ )

Mas talvez também seja porque eu só tive tempo agora .-.

Mas não era isso que eu queria falar. Tem uma música, Innocence, da banda Shaman (a Gremista conhece) de que eu tou doida pra fazer uma fic. Vou ter que fazer sozinha?

Bom, Feliz Páscoa pra todo o mundo.



terça-feira, 5 de abril de 2011

Feliz Aniversário!

Jessie - Fabio!!

Fabio (tentando cantar) - Ma ché merda! Io non consigo ensaiar!!

Jessie - ai, desculpa. Mas é que é urgente!

Fabio (aborrecido) - Parla, enton.

Jessie - Sabe que dia é hoje?

Fabio - Si, è compleanno da Eli.

Jessie - E tu vai dar o que de presente pra ela?

Fabio - Io até zá comprei. Per ché?

Jessie - É que eu queria escrever uma fic pra ela.

Fabio - Enton scribe, ué.

Jessie - Queria que tu fizesse comigo.

Fabio - Ma io non sei screver.

Jessie - É claro que sabe! Vamos! Ela vai ficar feliz!

Fabio - Tutto bene. Vomo.

Jessie - Que casal?

Fabio - ?

Jessie - Eu pensei em fazer ShikaNeji, que ela gosta.

Fabio - Yaoi?!

Jessie - Mas é claro. Queria fazer o quê?

Fabio - Yaoi io non faço!

Jessie - Mas é pra Eli!!

Fabio - Io zá comprei o presente, tá tutto resolvido. Scribe tu.

Jessie (triste) - Tá bom, tudo bem, a Eli ia gostar mas deixa quieto...

Fabio (com raiva) - Tá, tutto bene! Vomo fazer logo questo troço!

Jessie - Iupi!!! Eu já tenho tudinho planejado!

Fabio - Tu zá sapeva ché io ia acceitar, non sapeva?

Jessie -Sa... quê?

Fabio - Sabia. Ma vomo logo ante ché io mude de ideia.

Jessie - Então, eu pensei numa songfic, com uma música que a Eli gosta muito... I walk beside you.

Fabio - Ma questo non é do Dream Theater? (muito medo da frase que ele teme que virá a seguir)

Jessie - É, né. Mas ela gosta...

Fabio - Nói non podia pegar una música tipo Piano-Bar? Ella gosta molto.

Jessie (espertinho, quem consegue fazer yaoi com Piano-Bar?) - Não vamos fazer com o DT, se esse é o teu medo.

Fabio - Respirei ora. ¬¬"

Jessie - Então toma a caneta. Tu faz o Rafael.

Fabio - Rafael? Ché Rafael? (infelizmente, a ortografia me impede de registrar o sotaque dele. O primeiro R é o mesmo do meio das palavras (cara, por exemplo) e o l final é puxado que nem de português.)

Jessie - O Rafael Bittencourt, ora.

Fabio - Ma non era SikaNezi?

Jessie - Mudei de ideia! Eu sou mulher! Tenho esse direito!

Fabio - Ma ché merda ¬¬"

Jessie - Então. Pega a caneta e tenta não assassinar o português, porque eu não entendo uma pinóia de italiano.

Fabio - Io tô mi sentindo uno traidor ToT

Jessie - Traidor por quê?

Fabio - Sacaneando mios amico.

Jessie - Sacaneando? E a Eli?

Fabio - Me posso dar presente pra Eli de altro zeito, ué.

Jessie - PEGA A P*##@ DA CANETA DUMA VEZ!!!

Fabio (medo) - Tutto bene, vomo logo. (pensa) questas femina me don medo.

Jessie - hmmmmm (pensa por muito tempo) Ah, começa tu.

Fabio - Per ché io?

Jessie (olhar assassino)

Fabio - Tutto bene, tutto bene. (lê a letra. Canta)

There's a story in your eyes
I can see the hurt behind your smile
For every sign I recognize
Another one escapes me


Ma o ché io posso escrever con questo? (pensa)

Bom, Eli, só pelo que eu escrevi aí tu já pode ter uma noção do trabalho que eu tive com o Fabio.

Fabio - O do lavoro ché IO tive con a Jessie.

Mas a fic saiu, e está aqui:

I Walk Beside You

There's a story in your eyes
I can see the hurt behind your smile
For every sign I recognize
Another one escapes me

Eu Estarei Ao Seu Lado

Há uma história em seus olhos
Posso ver a dor por trás do seu sorriso
A cada sinal que reconheço
Um outro me escapa


Por mais que Joyce fosse interessante, Rafael conseguiu largá-lo para prestar atenção nos passos que se podia ouvir não longe dali. Guardou o livro com cuidado, e se aproximou com cuidado da porta, disposto a descobrir quem caminhava pela casa àquela hora da noite.

Divisou, na penumbra, o vulto do André Matos.

Intrigado, observou a figura se mover até sentar no sofá. Em seguida, derrubar o rosto nas mãos e começar a chorar baixinho, talvez para não acordar ninguém.

O guitarrista demorou a sair da inércia, a criar coragem para ir até o amigo, que também demorou a percebê-lo.

-André?

O rosto choroso se ergueu, surpreso.

-Rafael! - exclamou surpreso.

Bittencourt ajoelhou-se ao lado do amigo, passando a mão no rosto dele para enxugar-lhe as lágrimas.

-Conta pra mim o que aconteceu, André.

Let me know what plagues your mind
Let me be the one who know you best
Be the one to hold you up
When you feel like you're sinking

Me deixe conhecer o que atormenta sua mente
Me deixe ser o único a conhecer o seu melhor
Ser o único a te pôr pra cima
Quando você sentir que está afundando




O vocalista ficou alguns segundos fora do ar, olhando para aquele rosto compreensivo, o amigo de longa data, prestativo como nunca parecera, sério como se o mundo fosse acabar por causa de algumas lágrimas.

-Não houve nada - e se afastou bruscamente, agarrando uma almofada para se proteger com ela.

Rafael continuou na mesma posição, mas pareceu ficar um pouco triste porque o amigo não confiava nele.

André percebeu isso e, ainda agarrado à almofada, baixou a guarda:

-Não, Rafael, sério. Tá tudo bem.

O Bittencourt manteve a expressão:

-Ninguém chora quando tudo está bem.

Assustado, Matos passou rapidamente a mão pelo rosto, enxugando as lágrimas que corriam.

-Eu não estou chorando! - exclamou bruscamente. Mas novas lágrimas desceram.

-Eu sei - replicou o guitarrista.

Tell me once again
What's beneath the pain you're feeling
Don't abandon me
Or think you can't be saved

Me diga mais uma vez
O que há por trás da dor que está sentindo
Não me abandone
Ou pense que não pode ser salvo

-Rafael - sussurrou André, tapando a boca com as mãos. Voltara a soluçar.

E então o guitarrista o abraçou, bem forte.

Matos arregalou os olhos, surpreso.

-Não chora, André. Eu quero te cuidar.

Mas o vocal se debateu, chorando mais, lutando contra o inevitável, o carinho e a proteção que lhe eram oferecidos.

-Me solta! Me solta! Por favor!

E chorava, como se Rafael o machucasse ou qualquer coisa pior. Mas este não desistiu, apenas firmou mais os braços, para não deixá-lo escapar.

-Me solta, senão eu vou gritar!

E então o guitarrista obedeceu, porque não queria que o André acordasse ninguém.

-Tá bom, tá bom - disse, chateado. - Agora volta pra cama, amanhã isso não vai ter acontecido. - E se levantou, pronto para voltar para as páginas acolhedoras de Joyce. Pelo menos elas não o consideravam um bandido.

Foi aí que André percebeu que poderia confiar nele, e o segurou pela camisa, impedindo que saísse.

-Rafael... Não me deixa sozinho... Por favor... Não agora...

O guitarrista estancou.


I walk beside you
Wherever you are
Whatever it takes
No matter how far
Through all that may come
And all that may go
I walk beside you

Eu estarei ao seu lado
Onde quer que você esteja
O que quer que aconteça
Não importa quão longe
Por tudo que pode vir
E tudo que pode ir
Eu estarei ao seu lado



-Me ajuda... Por favor...

Rafael não se mexeu, enquanto via o amigo soluçar e pedir ajuda.

-Acende a luz, Rafael.

Obedeceu. Ao olhar o vocalista na claridade, contou inúmeros hematomas espalhados pelo corpo e rosto dele.

-André! - exclamou, correndo para ele, ajoelhando-se à sua frente e lhe segurando as mãos. - Quem... Quem te fez isso?

Matos limpou o rosto mais uma vez.

-Não importa.

-É claro que importa!

Summon up your ghost for me
Rest your tired thoughts upon my hands
Step inside this sacred place
When all your dreams seem broken

Desperte seu espirito por mim
Descanse seus pensamentos cansados em minhas mãos

Entre nesse local sagrado
Onde todos seus sonhos parecem partidos

André chorava quase em desespero. Tanto que o guitarrista preferiu não insistir.

-Olha pra mim, André - pediu, erguendo o queixo dele, podendo ver bem seu rosto choroso e a boquinha machucada. - Eu quero cuidar de ti. Eu vou te proteger, tá bom?

O vocal, ainda lacrimejando, olhou aquele rosto compreensivo, aquele sorriso tão querido.

-Obrigado - sussurrou.

-Não é para agradecer. Eu ia te proteger mesmo que tu não quisesse - e sorriu.

Matos sorriu também.

-Tá vendo?

-Hein?

-É assim que tu ficas mais bonito. Sorrindo.

André baixou os olhos, tímido.

Let's remain inside this temple
Let me be the one who understands
Be the one to carry you
When you can walk no further

Vamos ficar dentro deste templo
Me deixe ser o único que te entende
Ser o único a te carregar
Quando você achar que não consegue mais andar

Depois de algum tempo com a cabeça baixa, o vocal ousou perguntar:

-Vai me proteger mesmo, Rafael?

-Tá me ofendendo - falou, sério.

Matos pareceu ficar um pouco assustado, mas depois o amigo sorriu:

- É claro que eu vou te proteger. Aonde tu fores. - E fez um carinho no rosto machucado do companheiro.

-Você é tão bobo, Rafael - o rapaz machucado já parecia bem mais tranquilo.

-Mas tu não viu nada! Vem comigo - e o puxou pela mão, levando-o para o quarto.

-Rafael! - exclamou, o trauma gritava em seu peito, mas o que fazia força era uma mão querida e protetora.

-Olha só.

Estavam no quarto, Rafael o tinha soltado e lhe mostrava um livro.

-James Joyce? Seu maluco.

O Bittencourt riu:

-É, né? Estou começando a me arrepender.

Tell me once again
What's below the surface bleeding
If you've lost your way
I will take you in

Me diga mais uma vez
O que está por baixo dessa superfície sangrando
Se você perdeu seu caminho
Eu colocarei você nele

Desta vez, o vocal riu também, descontraído, sem mais nenhum medo.

-Eu gosto de ser bobo.

-Hein? - André pareceu surpreso com a revelação repentina do outro.

-Eu gosto de ser bobo.

-Mas por quê? - indagou, ainda sem entender nada, Matos.

- Assim eu faço quem eu amo rir.

O teclado levou um susto, recuando um passo.

-Não faz essa cara, André. Não tá na minha cara o quanto eu te amo?

Não, não estava. Mas que o outro estava morrendo de medo, estava na dele.

Rafael beijou-lhe a testa:

-Eu não vou te machucar.

-Não? - André soprou, ainda medroso.

-Eu vou te proteger. Sou bobo, esqueceu? Bobo por ti.

E o vocal conseguiu sorrir de novo:

-Muito bobo.


Oh, when everything is wrong
Oh, when hopelessness surrounds you
Oh, the sun will rise again
The tide you swim against will carry you back home
So don't give up
Don't give in

Oh, quando tudo está errado
Oh, quando a desilusão rodear você
Oh, o sol irá nascer novamente
A maré contra a qual você nada te levará de volta para casa

Então não se renda
Não se entregue


-Sabe que tá valendo a pena?

-"Tudo vale a pena, se a alma não é pequena".

Rafael riu:

-Vale a pena dormir aqui comigo?

André, assustado, recuou um passo. Dormir... Aqui?

-Sim, pra eu cuidar de ti.

-Cuidar?

Rafael sorriu:

-Mas é claro! Você acha que alguém vai te fazer mal comigo por perto?

O vocal riu:

- Meu medo é que você me faça mal.

-Um bobo como eu?

Um sorriso.

-Vale. Conta uma historinha pra eu dormir?

-Conto - disse o guitarrista, feliz. E deitou o amigo na cama: -Posso te abraçar, André?

-Pode - foi a resposta, bem baixinha.

E o Bittencourt o abraçou, com força, carinho, tudo. Então dormiram: não havia mais perigo ou solidão.

E o pobre solitário Joyce sentindo frio.

I walk beside you
Wherever you are
Whatever it takes
No matter how far
Through all that may come
And all that may go
I walk beside you
I walk beside you





-s-s--s-s-s-