sexta-feira, 1 de maio de 2015

Never Enough


Caralho, uma fanfic! Ultimamente tenho estado viciada nesse casal, mas a faculdade acabou comigo de um jeito tão profundo que eu não consegui escrever mais nada, em uns bons anos. Saíam algumas frases soltas, um parágrafo por mês, por aí. Tenho várias escritas pela metade mas nenhuma delas vale a pena ser finalizada. 

Essa fanfic, na verdade, eram duas, mas uma delas ficou tão ruim que eu acabei aproveitando só parte dela pra completar a segunda, ora publicada. Tem mais uma parte que tá mais ou menos (um parágrafo) que talvez vire uma outra fic, ou faça parte de outra, que seja. O que realmente me deixou triste é que a fic abortada tinha até título. 

Enfim. Vamos aos avisos (que eu nem lembro mais quais devem ser, de tanto tempo que faz que eu não escrevo nada. 

Songfic +18 yaoi  John Petrucci x James La Brie. Isso daqui é pura ficção, qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. Never Enough é uma música do Dream Theater e pertence a eles.

Yaoi, pra quem não sabe, significa dois homens se pegando (mesmo). Se tu não gosta disso, não tá interessado, tem nojinho, tem medo de gostar ou qualquer coisa que o valha, recomendo meu outro blog Quantos Contos Vale Este Blog?, totalmente yaoi-free




Never Enough



Cut myself open wide
Reach inside
Help yourself
To all I have to give
And then you help yourself again
And then complain that
You didn't like the way
I put the knife in wrong
You didn't like the way
My blood spilled on your brand new floor

John estava sentado na cama, parado, olhando para o nada. Não, não o nada que era eu. Era para um nada mais interessante. 

Mas a culpa era minha. Eu havia me apaixonado por um cara assim. Um cara que preferia curtir o gozo a me beijar. John só estava preocupado com o seu próprio prazer.

Assim como eu, no início.

Eu havia começado com essa história, talvez forçado um pouco, no início. Ou forçado demais. Mas quem acabou mal fui eu mesmo, apaixonado por um sujeito que, enredado na minha malícia, decidira vingar-se e me enredar também.

Pra quê vingança, John? O prazer que tínhamos não era suficiente para me desculpar do que eu fiz?

Parecia que não, e ele me seduziu totalmente.

What would you say
If I walked away
Would you appreciate
But then it'd be too late
Because I can only take so much of your ungrateful ways
Everything is never enough

Baixei o rosto. Parte de mim o amava, loucamente, e queria que ele voltasse o rosto pra mim, sorrisse e perguntasse como eu estava, pedindo desculpas por ser tão bruto. E a outra queria levantar, gritar que o odiava, que ele era um estúpido e que eu nunca mais deixaria que ele encostasse em mim, pelo resto das nossas vidas. E que eu ia largar a banda, de uma vez por todas, porque aquela maldita banda era ele, e vice-versa.

Sacrifice my life
Neglect my kids and wife
All for you to be happy
All those sleepless nights
And countless fights to give you more

Mas, na verdade, fiquei ali, sem vontade de mudar a situação, pois sabia que ele não ia nem dar bola mesmo que eu fizesse um escândalo. Nem me dizer “fala baixo, vai acordar metade do motel, tua mulher vai ficar sabendo, tua moral vai pelo ralo, e tu vai virar só uma puta que dorme com o dono de uma maldita banda pra poder ter um emprego”. Ele ia me deixar gritar, chorar, espernear e depois ia me dizer “eu pago a conta”.

Aquele ódio era de mim mesmo, por amá-lo daquele jeito insano, que fazia me submeter a todos os caprichos dele – que nem eram tantos, só um sexo violento que só me machucava e me deixava pior. 
 Eu me submetia na esperança de um olhar terno, de um beijo carinhoso, um afago, qualquer rastro de piedade e só recebia tapas e puxões no cabelo, mordidas e hematomas.

Cheguei mais perto dele, o lado meu que queria mudar a situação havia tomado o controle. Deitei a cabeça no colo, devagar, com medo de ser jogado pro outro lado violentamente. Pra minha surpresa, isso não aconteceu. John olhou pra mim com um olhar inexpressivo. Ficou olhando por um bom tempo, e doeu. Doeu mais do que se ele tivesse me xingado e gritado comigo. Afora o sexo, ele não fazia muita coisa. Deixava as pessoas fazerem, e parecia não estar absolutamente preocupado com nada. Mas, mesmo assim, todo o mundo tinha medo dele, e fazia tudo para não desagradá-lo. Eu também fazia.

Levantei do colo dele e cheguei a abrir a boca. Mas não consegui falar nada.

Ele finalmente falou. Disse algo como “quer fazer de novo?”

Aterrorizado, voltei o rosto pra ele. Ele tinha me perguntado? Ele perguntou mesmo se eu queria transar?  Ele estava preocupado se eu estava afim? Meu coração parou por um segundo. Havia algo de vivo naquele imenso peito de pedra.

And then you say how dare that
I didn't write you back
I must be too good for you
I only care about myself

Eu ia dizer sim. Daquela vez ia ser diferente, eu ia ganhar o beijo tão desejado. Uma palavra dele e eu largaria minha família inteira. Mas eu estava em cacos, dolorido. Pensei em articular um não.

E aí eu me vi de novo deitado na cama, com John deitado sobre mim, sorvendo meu pescoço. Gemi. 

Aquilo ia de novo, voltar ao início, à dor interminável que era amar alguém sem coração.  

What would you say
If I walked away
Would you appreciate
But then it'd be too late
Because I can only take so much of your ungrateful ways
Everything is never enough

-s--s-s-s-s-s-s-s

P.s.: Andei me lembrando da famigerada Cruzada do Edu Falaschi (eu nem sei o que significa famigerada, mas vá lá). Andei com vontade de fazer uma fic em que o Lione dê uns pegas nele. Vai ficar na minha listinha de "projetos para um futuro distante". Ou não. 

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