sábado, 26 de setembro de 2015

Criminal - Capítulo 1: Escravo

Oi gentem! Aqui vocês têm, em primeira mão, o primeiro capítulo da nossa novela "Criminal", baseada na música homônima da Britney Spears. 
Como eu já disse, é uma novela (vai ter uns seis capítulos, mais ou menos) e com personagens originais! Infelizmente, tivemos que cortar o lemon.
Avisos: +16. TW: pedofilia, abuso sexual. Tem um casal homossexual com algumas pitadinhas sensuais (mas não rola sexo). Alguns palavrões, assassinos profissionais, políticos corruptos, empresas criminosas, tráfico de drogas. Não recomendado para gente com estômago fraco e afim de ler romances água com açúcar.
Não fomos patrocinadas pela Porsche, mas aceitamos - se eles quiserem nos patrocinar, claro. 
Capítulo 1 - Escravo


Sebastian chegou à festa no horário programado, estacionou seu Porsche preto em um local privilegiado e se encaminhou para a entrada, onde apresentou seu nome para o segurança e entrou. Observou bem o salão principal da mansão dos Brooke:  havia duas escadas, cujo destino era o mesmo: um salão superior. No centro do cômodo, entre as duas escadas, havia um gracioso aparador com uma estátua. Havia mais algumas obras de arte por ali, e dois luxuosos sofás. Um mordomo lhe ofereceu uma taça de bebida. Aceitou. Bebeu e continuou observando o interior da residência. Sabia que aquela não era a casa principal, pois mr. Brooke jamais daria uma festa dessas diante da mulher e da filha - sim, já sabia que o senador tinha uma esposa e uma filha, além do garoto que ia ser leiloado ali.


Odiava essa parte do seu trabalho, pesquisar, observar os locais, fazer contato, conhecer tudo. Deu um risinho cínico e continuou a observar, vendo as pessoas chegarem. Um velho cliente, vice-presidente de uma multinacional, passou por ele sem olhar na sua cara. Esse era o comportamento de muitos dos seus ex-clientes, fingir que aquele contrato nunca existira.


Num canto do enorme salão, viam-se as preparações para o leilão. O convite falava em doze jovens muito bem educados e bonitos. Achava aquilo tudo patético, a humanidade às vezes se mostrava ridícula, por esses motivos não tinha peso na consciência: se fosse para o inferno, teria muitas companhias. Voltou a andar pelo ambiente, queria conhecer todos os cantos, todas as entradas e saídas.

À uma da madrugada, começou o leilão. Sebastian observou os rapazes um a um. Estava completamente entediado, como eram chato aqueles leilões. Ficou observando vários velhos asquerosos dando lances altos a cada adolescente. Voltou a observar a foto que tinha recebido. Edric Brooke. Era um bonito rapaz, moreno, olhos claros. Tinha um atraente sorriso tímido e um olhar apavorado, como se estivesse sendo obrigado a sorrir. Sentiu pena do garoto, por um minuto. Ninguém merecia aquele destino, pensou.


Quando chegou a vez de Edric, preparou-se para dar o lance. Precisava daquele garoto. Os lances começavam em cem mil.






-Cem mil, quem dá mais? - o leiloeiro dizia.





Edric parecia ainda mais apavorado que na foto, seu olhar corria por todo o salão, como um pedido mudo de socorro. Sebastian ergueu o braço.






-Cento e cinquenta, quem dá mais?





Outro homem se manifestou.






-Duzentos, quem dá mais?





Sebastian, irritado, ergueu novamente o braço:






-Quatrocentos!






-Oh, meu Deus, quatrocentos, quem dá mais?






O outro homem ofereceu quinhentos. E nesse momento perdeu qualquer sanidade, queria aquele menino e ninguém ficaria em seu caminho:






-Setecentos e cinquenta! - Seu olhar era ferino.





O homem pareceu desistir. O leiloeiro anunciou:






-Setecentos e cinquenta, dou-lhe uma… dou-lhe duas… Vendido para o cavalheiro ali!






O pobre adolescente tremia, aterrorizado. Havia-lhe caído a ficha, finalmente, como se achasse que ninguém o compraria. Antes, tudo tinha sido tão automático, agora, havia sido vendido e não havia nada que pudesse fazer.





Sebastian ergueu-se e foi até o palco para pegar sua compra, entregando, ao mesmo tempo, um cheque milionário. Carregou o pobre Edric pelo braço; ele tropeçou e foi arrastado trôpego.






-Vamos! - ordenou sem nem olhar para trás, havia acabado de fazer uma loucura e teria problemas quando chegassem em casa.





O menino simplesmente obedeceu, fazendo uma força imensa para não cair no choro.





Agora que já tinha terminado o que viera fazer ali, Sebastian queria ir embora. Mais do que isso. Precisava ir embora. Mas não podia perder a oportunidade de estar dentro da mansão Brooke.






-Você não saia daqui! - deixou o rapaz encostado em uma parede e foi conhecer mais a mansão, andou alguns minutos e quando estava para subir foi abordado por Mr. Brooke, que viera cumprimentá-lo:






-O senhor fez um excelente negócio, senhor…






-Sobakin, Sebastian - estendeu a mão para retribuir o cumprimento.






-Oh, senhor Sobakin. É uma honra tê-lo em minha casa.





Era sempre assim, aqueles velhos sempre o tratavam bem quando falava seu sobrenome, podia ver as cifras nos olhos deles. Mas também, sua família tinha negócios por todo o planeta.






-Gostaria de apresentar-lhe minha filha. O senhor iria gostar muito dela: quinze anos, mas muito desenvolvida para a idade. Infelizmente, não posso trazê-la para cá.






-Não faltarão oportunidades, Mr. Brooke. Podemos marcar um almoço - oportunidade perfeita para adentrar a família e conhecê-la melhor.






-É claro. Agora que você pertence à família - cutucou-o, dando uma risada grotesca - será um prazer marcarmos um almoço. Só, por favor, peço que não fale nada sobre a sua relação com Edric, minha mulher acha que ele foi estudar em um colégio interno no exterior.






-Claro, até por que não tenho interesse de que ele venha comigo. - falou frio sentindo ânsia daquele sujeito.






-Parece que nos entendemos muito bem - riu novamente.






-Concordo com o senhor - sorriu cínico - Posso pedir para usar o toalete privado do senhor?






-Oh, mas é claro. Visitante especial merece tratamento especial. Por aqui, por favor





O rapaz sorriu vitorioso e seguiu o velho escada acima.






-Fim do corredor, segunda porta à esquerda. Fique à vontade. - voltou a descer as escadas acreditando ter tirado a sorte grande.





Sebastian aproveitou que se encontrava sozinho e foi vascular o andar, percebendo que existiam poucas janelas e, ao que parecia, na mansão inteira só havia duas entradas. Tentou abrir as portas, mas todas estavam trancadas. Soltou um palavrão e voltou o caminho que fizera. Encontrou o rapaz no mesmo lugar que o havia deixado, então voltou a pegar seu braço.






-Vamos! - saiu puxando-o.





Saíram no carrão preto e foram para a cobertura do Sebastian. Era um belo lugar, com vista para o mar e decoração luxuosa, embora sóbria. Edric, passado o choque, mergulhara em uma letargia submissa, e deixava-se conduzir como um boneco. Não reparou nas demonstrações de riqueza do outro.





Sebastian estava nervoso, mas tentou não demonstrar ao falar com o rapaz:






-Edric, não? Sou Sebastian. Essa agora é a sua casa.





O jovem Brooke ergueu os olhos sem vontade.






-Vamos ser amigos?





A compra do dia sacudiu a cabeça em sinal afirmativo, mas parecia não saber o que estava fazendo.






-Ótimo, está com fome? - perguntou tentando ser simpático, mas estava irado, aquele moleque não esboçava reação para nada.





O rapaz sacudiu a cabeça em sinal negativo, ainda automático, como um pequeno robô.






-Se ficar com fome, tem comida na geladeira, agora vem. Vou levá-lo a seu quarto. - dessa vez não segurou o braço do garoto, somente foi na frente esperando ser seguido.





Caminharam pelo corredor em silêncio. Sebastian já se questionava se havia tomado mesmo a decisão correta. Chegaram a uma pequena suite.






-Esse será seu quarto - abriu a porta e foi seguido pelo rapaz.





Edric, ao ver a cama, sentiu o coração pular no peito. Sabia o que viria a seguir. Apertou a mão, mordeu os lábios. Tinha que aguentar sem reclamar, mas a cada dia estava mais difícil.





Sebastian notou o nervosismo do mais novo e aproximou-se causando um susto no menino que já tinha os olhos úmidos de um choro evidente.






-Calma, não pretendo fazer nenhum mal a você - disse tocando a face do rapaz e limpando uma lágrima que não pode ser controlada. - Como eu disse, esse será seu quarto, amanhã sairemos para comprar roupas e acessórios para você e alguns artigos de decoração que você queira colocar aqui, está bem?





Edric concordou com a cabeça, no íntimo desejando que o outro sumisse dali agora mesmo.






-Não tenho a intenção de mantê-lo trancado, mas agradeceria se não tentasse sair sem me avisar, as portas estão trancadas e o alarme está ativado - falou sorrindo, não queria que seu sono fosse perturbado pelo som do alarme disparando.





Mais uma vez recebeu um aceno positivo.






-Meus aposentos ficam no final do corredor, se precisar de alguma coisa é só me chamar. Boa noite. - fez um carinho bagunçando a cabeça do rapaz e retirou-se.





O jovem Brooke, ao ver o outro sumir no corredor, fechou a porta rapidamente, trancando-a por dentro. Assim, sentiu-se um pouco mais seguro para se jogar na cama, agarrar o travesseiro e chorar as lágrimas contidas a noite toda. Estava apavorado, num lugar estranho, com um cara estranho, sozinho e - pior - sem nenhuma chance de escapar dali. Também, escapar para onde?





Sebastian retirou a camisa assim que adentrou seu quarto, jogou num canto junto com os sapatos e jogou-se na cama. Pegou o celular e digitou uma mensagem:






"Tudo ocorreu conforme o planejado. Estou em casa. Passo aí mais tarde. Beijo na mamãe e boa noite." Respirou fundo e enviou a mensagem, agora única coisa que queria era dormir.






No dia seguinte, Sebastian foi despertado pela sua empregada, que lhe trouxera o café na cama. Ela percebera que a outra suíte estava ocupada.






-É um amigo - respondeu vagamente.






-Devo levar café pra ele também?






-Sim, e lhe avise que saímos em uma hora e que eu odeio atrasos - sorveu um gole grande de café quente para despertar melhor.





A mulher concordou com a cabeça, pediu licença e saiu. Preparou outra bandeja com café, suco, torradas, pães e uma fatia de bolo, usou sua chave para abrir a porta trancada da suíte, adentrou o espaço e chamou o rapaz. Edric, ao ser despertado por uma voz feminina, ficou mais tranquilo. Obedeceu à ordem, e ficou pronto muito cedo, mas não saiu de seu quarto.





Sebastian terminou seu café e arrumou-se, vestindo uma calça jeans e uma camiseta polo. Passou seu perfume favorito, pegou seus óculos escuros e saiu. Foi até o quarto de seu mais novo hóspede.






-Vamos, Edric! - não esperou resposta e rumou para a sala do apartamento.





Foi prontamente atendido. Ao olhar para trás, viu o rapaz pronto, de cabelos úmidos e o mesmo olhar embaçado do dia anterior.






-Marie! - chamou a empregada que rapidamente apareceu. - Se meus pais ligarem, diga que estou a caminho de lá, só vou comprar umas coisas antes.






-Sim, senhor! - voltou a seus afazeres, desaparecendo corredor afora.





Saíram. No shopping, o jovem Brooke deixou-se conduzir e não quis sequer escolher as coisas. Deixou essa tarefa a cargo do mais velho.






-Você podia opinar mais, não acha? - já estava irritado novamente.






-Desculpe - pediu baixinho, mas não escolheu nenhuma das duas camisas que o vendedor solícito lhe mostrava.






-Anda, quer a verde ou a azul? - pressionou Sebastian.





Edric gaguejou um pouco, e acabou apontando a verde.






-Viu? Não é tão difícil.- Já estavam no shopping havia mais de uma hora e só tinham comprado uma calça e uma camisa.






-Ele é bem indeciso - o empregado sorriu condescendente.





Sebastian resolveu não responder o vendedor, olhou para o celular e viu que já tinha seis chamadas perdidas de seu pai, era melhor ir até ele, depois voltaria ao shopping. Pagou a camisa e saíram da loja.






-Vai ao banheiro e troca de roupa, coloca as roupas que compramos, vou esperá-lo aqui. - entregou a sacola e apontou a direção para o rapaz. - Não demora!





Edric teve vontade de aproveitar para fugir, mas parou para pensar pra onde iria e desistiu. Acabou obedecendo, e apareceu de roupas novas para o Sobakin.






-Verde combina com você - disse analisando o rapaz. - Vamos, estamos atrasados.





O mais jovem nem teve coragem de perguntar aonde iriam. Apenas seguiu o seu “dono”. O velho Sobakin morava em uma belíssima mansão cercada por um belíssimo jardim. Mal adentraram a mansão e já foram recebidos.






-Não atende mais celular, Sebastian!






-Calma, Igor, Sebastian dele ter um bom motivo, não é filho?






-Fiorenza, pare de protegê-lo! Vamos, Sebastian, quero uma explicação.






-Pai, estava no shopping com o o Edric, não tinha como atendê-lo. - apontou para o rapaz que mantinha a cabeça baixa e por instinto escondia-se parcialmente atrás de seu dono.





O velho mudou de expressão. Então, aquele era Edric, o filho do senador Brooke? Esboçou um sorriso forçado.






-Ah, olá, Edric. Bem-vindo à família. Eu sou Igor e essa é minha esposa Fiorenza.





Edric respondeu com um balanço de cabeça, tímido e assustado. Igor era um sujeito gordo e barbudo que usava um paletó cujos botões resistiam bravamente à pressão feita pela enorme pança. Fiorenza era magra e esguia como um poste, embora fosse muito baixa.






-Fiorenza, fique com o Edric enquanto vou ao escritório tratar de negócios com nosso filho - disse indo em direção ao escritório.





Sabastian recebeu um beijo carinhoso da mãe antes de ir rumo ao escritório do pai. A velha convidou o visitante para conhecer o jardim, e foi seguida. No escritório o mais velho abria os botões do paletó enquanto sentava na poltrona.






-Brooke deve estar quebrado mesmo, para vender o filho - comentou o velho Igor.






-E ainda queria me empurrar a filha junto - foi ao bar preparar duas doses de whisky uma para si e outra para seu pai.






-A filha também? Esses americanos não têm o menor caráter - o genitor aceitou o seu copo. - Mas e então? Os planos saíram todos conforme o planejado, eu suponho.






-Mais ou menos, quase todos os quartos estavam trancados e ainda tive que gastar mais que o previsto para ganhar o leilão. - resmungou sorvendo um gole da bebida.






-Quanto mais?






-Duzentos e cinquenta - bufou jogando a cabeça para trás.





O velho ficou sério e logo depois caiu na gargalhada.






-Vai ter que adiar a sua Beaute de Siecle. - falava da edição limitada do conhaque Hennessy.






-Pai, sabe que eu realmente queria aquele conhaque. - sorriu leve.





O pai bebeu mais um gole, e então perguntou:






-O que pretende fazer com ele depois que terminar o serviço?






-Ainda não sei, preciso de ideias.






-Pode revendê-lo - brincou Igor.






-Depois eu resolvo isso.






-Se eu fosse você, contaria pra ele o que pretende fazer com o pai dele.






-Não sei se seria uma boa, pai. E, também, vou falar o quê? Edric, eu comprei você para me infiltrar na casa dos Brooke e matar seu pai, nada pessoal só negócios, ah, quer jantar? - Falou irônico para o pai, que sorriu:






-Não sei você, mas, no lugar dele eu faria tudo para te ajudar.






-Para isso precisaria que ele falasse mais que duas palavras, ficamos mais de uma hora no shopping hoje e ele não esboçou nenhuma reação, nem para escolher as próprias roupas. - disse lembrando da raiva que sentira mais cedo.





O velho Sobakin ergueu-se da sua poltrona e foi até o armário pegar um par de charutos caríssimos. Entregou um ao filho e acendeu o outro, começando a fumá-lo. Só então falou:






-Sabe, filho, o senador Brooke é conhecido por suas preferências, digamos, incomuns.






-E por seus negócios obscuros - falou o jovem, dando uma baforada em seguida.






-Eu falo de como ele deve ter tratado o garoto a vida toda - esclareceu o pai, olhando pela janela Fiorenza e Edric observarem as flores.





Sebastian levantou-se para também observá-los.






-Preste atenção como ele fica mais à vontade junto com a tua mãe que conosco.






-A mãe dele acha que ele está em um colégio interno - falou lembrando da própria fala do Brooke.





Houve um longo silêncio. Igor lembrando de todas as coisas que já ouvira sobre o senador, e pensando se valia a pena contá-las ao filho.






-Nunca tive prazer em matar, sempre foi só negócios, mas com esse Brooke, acho que vai ser um pouco prazeroso - bebeu um longo gole de whisky olhando pela janela, o pai concordou, lançando um último olhar aos dois no jardim e voltando-se ao filho:






-Tome muito cuidado. O irmão do Brooke é dono de uma grande rede de televisão.






-Fiquei sabendo disso, por isso acho que não será muito bom usar armas, estava pensando em algum tipo de veneno, o que o senhor acha, pai? - questionou o pai.






-O melhor seria se não houvesse chances de desconfiarem de assassinato. Um acidente de carro seria o ideal.






-Estava pensando: será que não há ninguém tão podre quanto o Mr. Brooke para ser incriminado? - questionou para o pai.






-Você e sua ideias não é, Sebastian? Mas aposto como há. Não conheceu ninguém assim na festa de ontem?






-Não, mas tenho a sensação que não vou demorar para conhecer - disse voltando a olhar pela janela.






-Conhecendo você como conheço não duvido. Você sempre consegue o que quer - Voltou a sentar-se na poltrona. Depois disse, ruminando para si mesmo: - Eu jamais venderia um filho.





Em seguida, bateram na porta.






-Senhor, a senhora Fiorenza quer saber se o senhor Sebastian vai almoçar conosco.






-Lógico que vai, e não esqueça de colocar mais um prato pro Edric na mesa, diga à Fiorenza para nos aguardar na sala, já estamos indo.





Na sala, encontraram, além dos dois esperados, Sonya, irmã de Sebastian, seus dois filhos e o marido. Ela beijou o pai e o irmão.






-Seby, seu desalmado, nunca mais foi em casa - Sonya gesticulava, sem dúvidas havia puxado o estilo italiano da mãe.






-Não exagera, Sonya, e controle-se que temos convidado - Sebastian resmungou.






-Pois já conheci o Edric, uma fofura - apertou as bochechas do garoto. - Ele só não me disse como vocês se conheceram. São amigos?





Houve um silêncio constrangedor entre Sebastian, seu pai e o “convidado”. Igor resolveu o problema:






-Claro que são, filha, senão Edric não estaria aqui.






-Seby tem amigos agora - falou sério causando mais um constrangimento - gostei da novidade - brincou causando um sorriso de alívio nos envolvidos. Em seguida, chamou os dois garotos para darem um beijo no vovô e no tio.





Ficaram mais algum tempo conversando sobre amenidades, até a cozinheira da casa aparecer para anunciar que o almoço estava servido.






-Mandei fazer sua comida preferida, filho. Strogonoff.






-Como esse caçula é mimado, credo - brincou Sonya, rindo.






Edric observou aquela família unida e feliz, brincando entre si. Os dois pequenos foram sentados perto dos pais, que riam de tudo que eles faziam. A maneira como os donos da casa olhavam seus filhos, como tratavam Sebastian. Não pode deixar de sentir uma inveja, sempre sonhou com uma família assim, que o abraçasse, beijasse, falasse e brincasse com ele.






-Conta pro tio Seby como foi na escola, Adrian. Ele começou na escola essa semana.





Enquanto o garoto contava, Edric pensou que seus tios nunca perguntaram como ele tinha ido na escola. A felicidade dos avós ao ouvir o menino contagiou a mesa, todos pararam para ouvir a criança que falava sem ser interrompida. Todos sorriam, enternecidos.





O jovem Brooke mexia no seu strogonoff, sem apetite.






-Não gosta de strogonoff, filho? Quer que eu peça alguma coisa pra você? - Fiorenza falou preocupada.






Edric ficou surpreso ao ouvir aquilo. Ninguém nunca havia perguntado o que queria, ou como queria.






-Não, senhora, só estou sem fome.






-Por isso que é magrinho assim! Come pelo menos esse tantinho, é tão pouquinho...





Fiorenza já fora uma assassina fria, hoje era só mais uma mama coruja. Poderia ser culpada por qualquer crime que um dia poderiam acusá-la, ela não ligava, mas nunca em sua vida negou comida a ninguém.






-Sim, senhora! - deu um sorriso sincero e tentou comer pelo menos um pouco do que estava no prato. A mulher sorriu.






-Cuidado se comer tudo que ela manda - Sonya brincou. - Vai ficar gordo demais.





Passaram uma tarde agradável na companhia dos Sobakin. Sebastian conversou com a mãe e pegou dicas de como se entrosar mais com o Edric, explicou por cima a situação do shopping. Enquanto eles conversavam, o garoto se divertia brincando no jardim com os filhos da Sonya.






-Você não vai matá-lo, vai? - Sonya juntou-se a conversa.






-Não, Sonya, não viaja - Sebastian olhava o garoto rindo, correndo atrás dos menores.






-Tá, não quero saber, mas quando você enjoar dele posso ficar? Ele se deu tão bem com os meninos.






-Sonya, o Edric não é um brinquedo! - Fiorenza reprendia a filha.






-Tá, tá, ele é como um dos milhares de bichinhos que o Seby já arrumou, eu já percebi. - Sonya tinha um jeito único de enxergar as coisas. - Mas, já pedi. Saiu dando um beijo na bochecha do irmão e da mãe.






-Despeçam-se do Edric. Está na hora de ir pra casa! - gritou para os pequenos, que reclamaram, mas obedeceram.






-Aproveitando a deixa, Edric, vamos, temos que comprar tudo que não compramos.






O jovem, após fazer um agrado nos meninos, apresentou-se a seu dono. Quando quiser, disse baixinho.






-Tchau, Mãe - beijou-lhe a face. Recebeu um beijo carinhoso também:






-Tchau meu amor, vem aqui Edric - puxou o menino e beijou-lhe a testa. - Tchau, meu querido, volte sempre.






Após muitas despedidas, em que Sebastian se despediu de todos da casa - de alguns mais de uma vez - saíram. O jovem Sobakin fazia questão de incrementar o quarto do seu hóspede, então foram comprar mais coisas. Aquilo era cansativo, porque Edric não tinha ânimo para demonstrar suas vontades e o outro tinha pouca paciência para esperar.





- Edric - respirava fundo - o quarto é seu, precisa ter coisas que você gosta, e eu não sei seu gosto. - tentava manter a calma que sua mãe lhe dissera, mas estava complicado.





- Pode ser qualquer coisa - insistia.





- Deve ter alguma coisa que você goste muito ou que sempre tenha tido volta de de ter - tentava alcançá-lo. - Me fale, eu não vou ficar bravo.





Edric respirou fundo. Claro que havia. Mas porque aquele sujeito estava tentando agradá-lo?






-Eu… Sempre quis aquelas luminárias com as bolinhas que sobem, sabe?





Sebastian revirou os olhos, mas já era um começo.





- É um começo- chamou a moça da loja- onde ficam as luminárias?





A moça simpática indicou o caminho. Foram ver. Edric pareceu se empolgar um pouco. Quis ver todas. Acompanhou com os olhos as bolhas se formarem e escolheu, enfim, uma lilás.






-É uma cor bonita - disse.





Sebastian achou aquilo no mínimo brega, mas achou melhor não falar.






-Lindo - olhou para a vendedora - Vamos levar.






-É uma ótima escolha - ela sorria. - Que tal uma colcha que combine com ela? Temos vários modelos.






-Então, Edric, quer uma colcha? - Sebastian olhava para o garoto tentando empolgá-lo.






-Uma colcha lilás? - Olhou para a luminária de novo. - Pode ser.






-Seu quarto vai ficar lindo! - a trabalhadora estava faceira da vida, hoje ia vir comissão gorda.






-Vai mesmo - Sebastian respondeu falso.





Apesar da luminária lilás, Edric escolheu uma colcha azul com motivos marinhos. Sebastian observava e anotava mentalmente as pequenas dicas que o mais novo dava sobre si, pelo jeito ele gostava de mar, lilás.






-O que mais você quer colocar no seu quarto? - Sebastian estava começando a se empolgar. O jovem parou para pensar, mas a moça não perdeu tempo:






-Que tal um quadro? Temos quadros de todos os tamanhos. A moda agora são os painéis magnéticos, pra afixar recordações. Que tal? Temos um estilo sailor, vai combinar com a sua colcha. Você pode colocar suas fotos - a vendedora falava empolgadíssima.






-Fotos? - Edric perguntou, mas antes que a vendedora falasse alguma coisa, foi interrompida pelo mais velho:






-Queremos ver.





Ela os conduziu, explicando o que havia em cada corredor da loja:






-Aqui temos prateleiras, são ótimas para guardar coisas, discos, livros… E aqui, estão as almofadas. De todas as cores e tamanhos. Lindas.





O jovem Brooke olhava tudo, embasbacado, como se fosse a primeira vez que saía para comprar alguma coisa.






-Aqui, o quadro magnético de que lhes falei. Azul marinho, com um timão aqui e várias âncoras desenhadas. É uma graça, não?






-Eu quero verde - falou rápido vendo um quadro escondido.






-Ah, sim, esse aqui sai muito. E o preço está ótimo.





Sebastian olhava as escolhas do garoto e já pensava no circo de cores que ia virar a pequena suite.






-Queremos almofadas, você tem aquelas temáticas? - Sebastian tentava manter-se sobrio, mas a empolgação do Edric estava lhe contagiando. Este escolheu algumas almofadas coloridas e depois perguntou, tímido:






-Vocês não têm almofadas em forma de donut? Eu sempre quis uma.





A vendedora arregalou os olhos e deu um sorriso amarelo. Mas logo se recobrou:






-Temos, sim. São tão lindas! Venham ver.






As compras seguiram até que tranquilas. Edric soltou-se bastante nas compras, depois da loja de decoração foram a uma loja de roupas masculinas, para que o garoto tivesse mais que duas trocas de roupa.






-Não quero comprar roupa - Edric resmungou para o Sebatian que virou os olhos.






-E vai dormir de calça jeans?





O jovem calou-se. Apesar da excitação anterior, ainda tinha medo do outro.






-Então vamos - resignou-se a seguir o mais velho.






-Fica tranquilo, você vai escolher o que quiser.





Acabaram comprando várias peças, roupas íntimas, pijamas, calças, camisetas. Edric se empolgou de novo. Sebastian ficou mais tranquilo ao vê-lo assim. Em breve o conquistaria, e ele lhe falaria tudo sobre a mansão dos Brooke.





À noite, quando foram jantar, Sebastian começou a falar (havia sido instruído pela mãe a falar de si mesmo, para incentivar o outro a fazer o mesmo).






-O que achou da minha família? - começou.






-Legais - respondeu.Eles… São muito legais. A sua mãe é tão...tão…






-Expansiva?






-É… Eu acho.






-Você não viu nada, a minha mãe comanda tudo, não há nada que façamos sem os dedos dela - respondeu rindo. - Como é a sua mãe?






Edric parou de comer na hora: não queria falar sobre a mãe. Ficou em silêncio, de cabeça baixa, olhando para o prato. Sebastian percebeu que tinha ido longe demais. Droga. Deu uma ou duas garfadas em silêncio, esperando o momento ideal para voltar a falar.






-Mudando de assunto, tem mais alguma coisa que você queira comprar? - tentou fingir que não havia percebido o mal estar do garoto.






-Não - respondeu. - Você já me deu tantas coisas, não precisa mais.






-É como meu pai disse, agora você é da família, se tiver alguma coisa que você queria é só falar.





Enfim, Edric tomou coragem e fez a temida pergunta:






-Por que está me tratando assim?






-Assim como? - fingiu-se de desentendido.






-Tão bem. Comprando coisas pra mim, me apresentando para a sua família. Eu sou só um escravo - engoliu em seco antes de pronunciar a última palavra.






-Você não é um escravo, te comprei por que eu quis - tomou um gole de vinho antes de continuar. - Não estava mentindo ontem, não vou te machucar. - respondeu tentando passar um pouco de confiança para o menor.






-Sou escravo sim, replicou ele. Você me comprou. - seus olhos já ficaram úmidos de novo.- Comprou pra quê? Com certeza não foi para ter prejuízo.





Sebastian engoliu em seco. Como responder a essa pergunta sem dizer a verdade? Mas também sem mentir?






-Você não vai me dar prejuízo, digamos que você é um investimento a longo prazo - pensou rápido e retrucou. - Agora, se você quiser, eu lhe devolvo pro seu pai e ele te leiloa de novo para outra pessoa. - Pela expressão de Edric tinha acertado um ponto nele. Este voltou a comer, em silêncio.





Estava com medo do Sebastian sim, sabia que alguma coisa estava errada na história, mas, mesmo com tudo isso, era melhor acreditar na história mal contada do que ir para uma dura realidade.






-Mudando de assunto, você gosta de motivos marinhos? Já andou de barco? - Sebastian tentou criar um laço.






-Ah, eu fui pescar com meu pai uma vez. Ele gostava de mar.






-Gostava? - Sebastian perguntou confuso.






-Sim, ele morreu - respondeu sincero. - Eu era pequeno, depois fui morar com minha mãe e o senhor Brooke e nunca mais fui ao parque. - e nunca mais ninguém se importou comigo, completou em pensamento.






-Mas, se o Mr. Brooke não é seu pai, por que tem o sobrenome dele? - não resistiu à curiosidade.






-Eu sou filho da esposa dele. Ele achava que eu era seu filho, quando eu nasci. Mas, eu sou muito parecido com meu pai e minha mãe não conseguiu esconder, então fui viver com meu pai, os sete melhores anos da minha vida. - respondeu direto.





Sebastian arregalou os olhos, surpreso. As vezes achava sua família confusa, mas definitivamente eles eram normais. Mas isso explicava por que o senador vendera o filho tão barato.






-Ele - seus olhos se umedeceram novamente - sempre me tratou tão bem. Meu pai era um grande homem.






-Por que disse que foram os melhores anos, depois você foi viver com sua mãe não é?






-Sim, fui. Eu acho que ela gosta de mim.






-Mas? - estava forçando, mas tinha que ir mais longe.






-Mas, não fazia diferença, ela nunca ficava comigo sem o senhor Brooke perto e ele, bem, ele me vendeu em um leilão - disse dando um sorriso mentiroso. Em seguida, suspirou. - Mas isso não importa mais. Eu pertenço a você agora.






-É e não vai mais ser maltratado - falou sincero, não queria o mal do garoto. - Quer ir velejar amanhã? Eu tenho uma lancha, sei que não é a mesma coisa, mas… - não conseguiria mais informações naquele momento e ainda havia muito para se descobrir.






-Eu adoraria! - exclamou, empolgado. Depois pareceu se arrepender do excesso e disse baixinho: - Seria muito divertido.






-Combinado então, iremos velejar amanhã. - achou graça da empolgação do mais novo. - Vamos embora? Ou você quer mais alguma coisa? - perguntou levantando-se.






Edric hesitou, mas enfim disse:


-Podemos comer peixe frito amanhã?





-Podemos, mas já aviso que vamos comprar na volta, não sei pescar - Sebastian falou sorrindo.


-Eu posso te ensinar, ora.


-Não tenho nenhum equipamento de pesca. - retrucou.


-É só comprar? - falou um pouco receoso.




Então, vamos comprar. - respondeu vencido, não queria pescar, mas também não queria quebrar o frágil laço que estavam criando.





Edric ficou realmente empolgado. Começou a falar da pescaria a que fora com seu pai, e teve que admitir que não pegaram nada.





-Na volta, compramos umas postas na peixaria - contou, rindo de si mesmo.


-Pelo jeito, vou ter o pior professor do mundo - disse rindo de volta.





-É verdade. Deixa quieto essa ideia então. Compramos na peixaria mesmo. Como é o seu barco?



-Na verdade é uma lancha, mas dá para o gasto.


-Andando em cima da água pra mim tá bom - disse rindo.




-Então vamos para casa? - perguntou para o garoto.


-Sim, vamos.





Foi aí que o celular do Sebastian tocou. Era a secretária do velho Brooke. Sebastian revirou os olhos e atendeu.





-Alô? - atendeu, sério, o celular.





-Sr. Sobakin? Estou ligando da parte de Mr. Brooke. Ele deseja convidá-lo para jantar amanhã à noite. O senhor faria a gentileza de aceitar?





-Sim, às 20h? - respondeu sério.





-Será um prazer ter o senhor como convidado, ele disse.


-Claro, adeus - encerrou o telefonema e continuo andando, mas agora calado.





Edric percebeu que não era um bom momento para falar e calou-se também, seguindo o outro. Depois de muito tempo, já estavam no carro e em movimento, ele enfim se atreveu a abrir a boca:





-Problemas na empresa?





-Não, na verdade é uma boa notícia. Vou a um jantar de negócios amanhã - respondeu sério.





-Espero que você consiga fechar negócios - tentou ser educado. - Que dê tudo certo.





-Vai dar tudo certo - disse abrindo a porta do carro para o garoto.





-Eu posso ir junto?



-Não. Você prefere ficar em casa ou na casa dos meus pais?





-Posso ficar na casa da sua irmã? - pediu, tímido.





-Pode ligar para ela e perguntar, não prometo nada - sorriu. - Gostou das crianças, né? - sorriu lembrando em como ele estava feliz correndo atrás das crianças.



-Adrian é tão engraçado! Eu queria ter tido um irmãozinho que nem ele. - Ficou sério: - Minha irmã é tão sem graça.





-Sério? Mas, por que acha isso?

-Ah, ela nunca brincou comigo. Sempre só quis saber de roupas e maquiagens. Ela tem quinze anos e silicone nos peitos, sabia?


-Nossa, mas seu pai, digo, o Mr, Brooke, não impede essas coisas? - refletiu sincero, pensou em sua irmã, sempre foi dondoca, mas seu pai nunca permitiu que elas usasse nada a mais do que as coisas da idade.





-Naaah, que nada. Ele acha o máximo. Vive dizendo que ela é “madura demais pra idade”. E minha mãe também já fez um punhado de plásticas.





-Por quê? - estava dando corda para o menino.





-Ah, ela tem medo de ficar velha. Ela acha que o senador não vai querer mais ela se ela estiver velha. Como se ele pudesse falar alguma coisa. Ele tem 56 anos e a minha mãe tem 35.





-Uau, grande a diferença de idade. Mas, me conta mais sobre a sua vida na mansão - queria dar mais corda para o garoto.





-Eu gostava da dona Yolanda, a cozinheira. Ela é tão legal. Sempre me dava doces antes do almoço. Pena que eu nunca mais vou ver ela.





Sebastian parou no sinal, e voltou-se para o seu carona. Queria dar atenção total para ele.





-No geral, todos os empregados são legais.





-São muitos?





-O Brian sempre me protegia quando… quando… - e começou a chorar.


-Calma, quando o quê? Pode me contar. - passou a mão na perna do rapaz passando força. Ao sentir o toque, o jovem Brooke deu um pulo. Seus olhos demonstravam pavor.





O sinal abriu, e o Sobakin teve que arrancar. Foi dirigindo, com um olho no trânsito e outro no passageiro choroso e assustado.


-Vou te fazer uma pergunta e quero que você me responda com sinceridade. - o menino, que tentava acalmar-se, fez um gesto afirmativo com a cabeça. - Alguém naquela mansão abusou de você? - tentou não demonstrar o ódio que sentiu naquela pergunta. O pobre garoto assustou-se novamente. Mal conseguiu fazer o gesto afirmativo.





Sebastian sentiu um ódio profundo crescer e avolumar em seu peito. Alguém tinha tido coragem de tocar naquela criaturinha inocente e indefesa? Se restava uma única dúvida de que mataria o Mr. Brooke com requinte de crueldade, ela se esvaiu totalmente, aquele homem iria sofrer tudo o que fizera o pobre menino passar.





Edric engoliu em seco, e então tomou coragem para indagar:


-Por que está perguntando isso? Vai me devolver, agora que sabe, não é? Por favor! Eu não devia ter dito nada, eu… - estava desesperado.





Terminou de estacionar o carro, queria dar a atenção devida para essa resposta, queria passar tranquilidade para o menor. Olhou fundo nos olhos do Edric e respondeu:


-Não, eu não vou. - segurou as mãos do menor, que tremia e chorava. - Eu disse e repito, não vou lhe fazer mal, eu juro. Ninguém nunca mais vai abusar de você.


-Nunca mais? - repetiu com um soluço.


-Nunca, você nunca mais vai fazer algo que não queira - estava realmente falando sério.


-Nem você?






Sebastian sorriu, claro toda aquela desconfiança era por isso, o menino acreditava que era um escravo sexual, isso nunca tinha passado em sua cabeça, até por isso não explicou antes.





-Não, nem eu - a sinceridade de seu sorriso fez o garoto ficar mais feliz e pular em seu pescoço, abraçando-o:





-Muito obrigado, muito obrigado mesmo. Você é tipo meu anjo da guarda, né? - replicou ingênuo.





-Estou mais para arcanjo da guarda - respondeu brincalhão.





-Metido - Edric xingou, brincando também, e deu um pequeno soco no braço do outro.

-Vamos subir com as sacolas.
 
-Vamos. Estou louco para ver como essa luminária vai ficar no meu quarto.

Carregaram as sacolas até o elevador e embarcaram indo para a cobertura, em todo o trajeto Edric não parava de falar em como as coisas eram legais. Ajeitaram o quarto, colocando as novidades onde o jovem achou conveniente.
-Amanhã, disse quando tudo ficou pronto, vamos tirar várias fotos pra pôr no mural.

-Podemos, claro.

Ao fim, o jovem Brooke estava cansado e satisfeito.

- Amanhã, tomaremos café na mesa -  tudo bem? - , antes de irmos navegar - sugeriu o dono da casa.

-Sim, certo, como você preferir.

-Posso pedir uma coisa? - Sebastian respirou fundo.

-Claro - Edric respondeu sorrindo.

-Dê sempre sua opinião, não importa o que ninguém vai pensar, está bem? - pediu ao jovem que achou no mínimo estranho o pedido.

-Tudo bem, vou tentar.

Foram dormir. 

-s-s-s--ss-

Fim do primeiro capítulo! E aí, ansiosos para o próximo? Não? Pois eu vou deixá-los ansiosos. Vai ter Sebastian molhado de sunguinha, janta na casa do mr. Brooke  e uma surpresa espetacular!

Vai ser postado no próximo sábado! Aguardem!

Nota da Lê: eu amei a Sonya <3 font="">

Nota da Grazi: Amei escrever a novela
Leiam o capítulo dois aqui: capítulo dois - desejo

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